Pular para o conteúdo principal

O PRIMEIRO PASSO: CIDADE PARA TODOS

 

Ah o primeiro passo... o primeiro passo parece algo tão simples, né? Mas pergunta à uma mãe, com suas memórias afetivas, como foi esse evento do seu filho na etapa do andar e você sentirá todas as emoções, realizações e felicidades dela ao recordar dessa fase da vida. É desse modo que queremos remeter aos olhares para rua, como o primeiro passo a se buscar o nosso direito estruturante da vida urbana e de percepção da cidade.

Observando a cidade, vemos que, com a promoção da indústria automobilística no Brasil, se evidenciou a ascensão do modelo rodoviarista e paralelo a isso, os problemas de mobilidades e o viver na cidade são constantes, causando assim, impactos significantes na dinâmica urbana e desequilíbrio entre carro e pedestres. A rua, um espaço por essência de convívio social, brincadeiras e conversas, está a se tornar um local de política de morte, onde segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (2018), sobre segurança no trânsito, as mortes relacionadas ao trânsito são agora as principais causa de morte entre pessoas de 5 a 29 anos no Brasil e a nona no mundo, os pedestres, correspondem a 22% dessas mortes.



Acreditamos de modo primordial que, para entender o espaço ou buscar alternativas para o mesmo é necessário conceituar e entender a forma de pensar do usuário sobre o espaço existente. Com isso, queremos entender esse imaginário da cidade, na perspectiva das crianças. Lima (1989), retrata que as crianças, mais do que adultos, se apropriavam dos espaços como sua extensão da casa, e as vezes, o espaço na rua, substituía a falta de espaço que tinha na sua casa. Com esse intento de estudo, Tonucci (2014) relata que, uma cidade que não existe crianças se apropriando da rua, no seu andar, brincar e se divertir, torna-se um grande parâmetro de entender que essa cidade é feia, insalubre e desumana, em contexto geral.


Rogers (2001, p. 9) diz que “As cidades cresceram e transformaram-se em estruturas tão complexas e difíceis de administrar, que quase não lembramos que elas existiam em primeiro lugar, e acima de tudo, para satisfazer as necessidades humanas e sociais das comunidades”. Nessa linha, pretendemos avaliar a rua, como o primeiro passo a se recuperar essa essência urbana e humana. Precisamos nos recordar da rua como um espaço bom, agradável e como possibilidade para mudanças.


Não podemos mais, enquanto pedestres, viver com esse sentimento de perda gradativa do espaço e do viver na cidade. Percebemos que a nossa mobilidade, o andar pela cidade está vinculado à necessidade e não por prazer. Para, além disso, se evidencia que a imagem da cidade, as ruas estão, cada vez mais associado com a mobilidade dos carros, do que com a vitalidade urbana, encontro de pessoas e convívio social. (GEHL e SVARRE, 2018).


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Primeiro Passo: Jornada Cultural" - Iniciamos Nossa Oficina!

Nesta semana, demos início à oficina "Primeiro Passo: Jornada Cultural" , uma iniciativa criada para fortalecer os jovens da nossa comunidade e capacitá-los na estruturação de projetos culturais e sociais. O objetivo é simples, mas poderoso: capacitar os participantes para entenderem e acessarem oportunidades de editais e fomento cultural !  Nessa primeira aula, fizemos um bate-papo inicial sobre nossas experiências e percepções sobre cultura e território , abordando os desafios enfrentados e as oportunidades que queremos construir. Os participantes compartilharam suas vivências e expectativas para o curso, gerando trocas enriquecedoras. O curso também se propõe a guiar os jovens em um processo de aprendizado coletivo e prático, trazendo ferramentas para planejar, escrever e estruturar projetos culturais e sociais , além de entender melhor a importância das políticas públicas na transformação do território. Agradecemos aos nossos parceiros que tornam esse projeto possível: Co...

SOLUÇÕES BASEADAS NA NATUREZA: quando o verde vira resposta urbana

As cidades enfrentam desafios urgentes: mudanças climáticas, aumento das temperaturas, enchentes, poluição e isolamento social. Em meio a tudo isso, surge uma resposta simples, eficaz e ancestral: a natureza . As Soluções Baseadas na Natureza (SbN) propõem uma abordagem urbana que integra elementos naturais no planejamento das cidades. Em vez de mais concreto, mais árvores. Em vez de canais fechados, jardins de chuva. Em vez de isolamento, praças verdes que acolhem a vida. No Cidade Para Todos , acreditamos que esse é o caminho para transformar territórios de maneira sensível, sustentável e inclusiva. Por isso, quando pensamos em revitalizações ou melhorias em espaços públicos, levamos em conta os princípios das SbN como diretriz essencial: a cidade pode — e deve — dialogar com o meio ambiente , gerando conforto térmico, bem-estar coletivo e soluções simples para problemas complexos. Revitalizar um espaço urbano com base na natureza é também revitalizar os vínculos comunitários e a ...

EM PAUTA: BR CIDADES

  A CIDADE EM PAUTA: O coletivo cidade para todos, contribuiu para a pauta geral do BR CIDADES, o documento intitulado  “CIDADES INCLUSIVAS: uma pauta para as eleições capixabas”, traz os princípios norteadores da agenda nacional do BrCIDADES para o contexto capixaba, construindo propostas locais não apenas para pautar as eleições de 2020, mas também para envolver a sociedade civil e incluir o debate sobre as cidades inclusivas na política capixaba a médio e longo prazo. O período das eleições municipais renova a possibilidade de pautar a importância do poder local, que não se resume ao poder administrativo e legislativo municipal, inclui a sociedade civil organizada, os movimentos sociais e a população em geral. A partir deste entendimento, ressaltam-se os processos democráticos de gestão da cidade e a ampla participação dos processos de planejamento, de gestão, incluindo o orçamento municipal. E nos vale para frisar a premissa de que os habitantes das cidades são cidadãos, d...